sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Sinais audíveis e visíveis do dia de Pentecostes


Aprecio o ensinamento bíblico sobre a temática. No entanto, não coaduno com algumas interpretações hodiernas. Apesar disto, não me vejo como apologista. Sou um expositor das Escrituras.

Percebo que bastantes versículos são utilizados indevidamente. É aquela velha e tão repetida história do chamado texto sem contexto ou ainda versículo isolado fora do contexto! Alguns dos propaladores, pasme, incorrem no mesmo erro. Triste e dura realidade no cenário religioso. Todavia, nem tudo está perdido.

Consta realmente a promessa do batismo no Espírito Santo nos evangelhos. O próprio Cristo, de acordo com Atos dos Apóstolos, ordenou que os discípulos esperassem em Jerusalém a promessa do Pai. O cumprimento da profecia de Joel, inclusive, deu-se no dia de Pentecostes.

Isto é significativo. Mostra que o evento é histórico, único, por isso irrepetível. Talvez alguns leitores fiquem confusos com essas palavras, mas deixem-me explicar: O evento na cruz do Calvário é histórico, como tal não se repete. Cristo Jesus não pode voltar na cruz e ser crucificado novamente, como se isso fosse possível. Semelhantemente, o mesmo se dá no Pentecostes. Aprouve a Deus derramar o seu Espírito sobre toda a carne naquele dia festivo. E, nas palavras petrinas foi o cumprimento da profecia de Joel. Ora, dessa forma o evento Pentecostal não se repete.

Agora, uns poderão perguntar, como ficam as pessoas após o acontecimento daquele dia memorável? A resposta dada pelo apóstolo quando indagado pelos judeus presentes na cidade não foi para continuar na cidade, tampouco os sugeriu a buscar o batismo espiritual depois de se converterem a Jesus. Antes, afirmou-lhes que deveriam se arrepender e ter fé em Jesus, como resultado receberiam o dom do Espírito Santo.

Não foi ensinada uma etapa posterior à salvação, porém, tornariam habitação do Espírito Santo ao se converterem, pois as condições apresentadas para a outorga do dom do Espírito são as mesmas [da salvação]. Foram agregados na igreja, salvos, portanto, tiveram a primeira experiência com o Espírito Santo de Deus!

Talvez uns leitores queiram que me reporte ao evento pentecostal a fim de explicar os sinais daquele dia. Pois bem. É necessário esclarecer que o sinal nunca é maior do que o evento. Isto porque o sinal aponta para algo superior. O mais extraordinário naquela ocasião não foram os sinais – visíveis e audíveis, mas a democratização do Espírito Santo.

Ocorreu um barulho como de vento veemente – não houve ventania onde os discípulos estavam. Tudo indica que o ruído que chamou a atenção daqueles que estavam em Jerusalém por conta da festa de Pentecostes. Foram vistas línguas repartidas sobre os discípulos – este fenômeno foi observado pelos 120 discípulos, inexiste indício de que foi visto pela multidão. E, o último sinal foi os indubitáveis idiomas humanos falados pelo grupo de seguidores de Jesus. Note bem que foram falados dialetos e idiomas. Línguas reais, inteligíveis.

Destes três sinais pode asseverar mais algumas coisas. Os dois primeiros não mais se repetiram. A alegação que o fogo era símbolo de purificação não procede, pois antecedeu ao derramamento do Espírito. No que tange as línguas inteligíveis houve apenas mais dois registros anos após o evento pentecostal. Sobre o significado desses sinais escreverei noutra ocasião. Aguarde a postagem mui breve.

Repito que o acontecimento mais importante foi a outorga do Espírito Santo aos crentes, de uma vez por todas, para sempre. Sendo que atualmente uns só fixam seus olhos para o fenômeno de línguas. Por isso, é bom que fique claro que as línguas foram idiomas humanos concedidos de maneira miraculosa da parte divina. O milagre não foi na audição da multidão, porém, na fala dos discípulos, visto que, o Espírito concedeu a capacitação de falarem indubitáveis idiomas humanos. A multidão ouviu-os porque de fato estavam sendo falados dialetos e idiomas.

É cristalino que a natureza das línguas em Atos dos Apóstolos é idiomática. Rechaço qualquer tipo de tentativa de deturpação ou negação do fenômeno bíblico. Aqueles que acham que o batismo no Espírito Santo é evidenciado por línguas deverão falar em idiomas humanos de modo sobrenatural, sem estudo prévio, portanto. Caso contrário, estarão desautorizados pela Bíblia a asseverar que são as mesmas línguas.  

Os 120 discípulos que vivenciaram tanto a antiga quanto a nova aliança tiveram que aguardar em Jerusalém. Recebeu a outorga do Espírito Santo, conseguinte o poder espiritual para serem testemunhas de Jesus naquela cidade, na Judeia, Samaria e até os confins da terra. Nós não precisamos nos dirigir a Jerusalém, não é questão geográfica, muito menos esperar pelo derramamento do Espírito. Aliás, Paulo aos romanos diz que o Espírito Santo já foi derramado em nossos corações quando nos convertemos. E, ainda nos ensina que todos os cristãos já foram batizados no Espírito no começo da vida cristã.

Certamente que usufruímos dos efeitos daquele evento genuinamente pentecostal. A partir daquele dia o Espírito Santo veio para ficar para sempre com a Sua igreja.